domingo, 23 de agosto de 2009

Amor incondicional

"Essa noite tive um sonho. Me lembrei dos meus tempos de infância. Como era bom passar o dia todo correndo na grama ao lado do meu parceiro, meu melhor amigo e fiel companheiro. Ele esbarrava em mim e me provocava. Eu tentava alcançá-lo correndo o mais rápido que eu podia, o que era inútil já que ele, sem esforço nenhum, corria muito mais rápido que eu. Sinto falta dos dias em que entravamos furtivamente dentro de casa e roubávamos um queijo que estava na mesa ou um peixe de cima da pia. Tentávamos fazer uma curva correndo e nossas patas deslizavam sobre o piso. Quando alguém saia e o portão da frente não fazia aquele 'clic', o que significava que ele não havia sido fechado direito, e fugíamos de casa correndo pela rua. O desespero que sentíamos depois se alguém nos pegava, e o medo de que nossos donos não nos encontrassem, mas eles sempre conseguiam.


Nós crescemos e amadurecemos junto com nossas crianças. Quando eu estava com dois anos, minha menina tinha seis e meu menino nove. Que gostoso brincar com eles no quintal atrás de casa, quando eles deitavam no chão e nós pulávamos em cima deles, enchíamos seus rostos com lambidas e puxávamos seus cabelos.

Com o passar dos anos nossas casa mudavam mas nossa família ainda era a mesma, ainda brigávamos com o carteiro e pelo menos duas vezes ao ano passávamos um dia rodeado de crianças para brincar.

O tempo foi passando e fomos crescendo, virando adultos e nossas crianças também, já eram adolescentes quando meu meu melhor amigo se foi. Ah como eu sinto a falta dele... Foi devastador para a minha família perder aquele bobalhão. Apesar da perda ter sido muito grande para mim e meus dias terem se tornado um pouco solitários nós nos apoiamos e eu cada dia me aproximava mais deles. De dormir na rua, no nosso canil, fui dormir na porta de casa, depois dentro de casa e agora, algumas noites durmo no quarto da minha menina, que agora já é quase uma mulher.

Estou ficando velha. Minhas costas doem, minhas patas as vezes falham ao caminhar me fazendo tropeçar, já não consigo subir com facilidade no sofá e meus passeios são cada vez mais curtos pois me canso facilmente. Às vezes a minha energia de filhote volta a tona e brinco com meus donos, corro pela casa, lato, me deito, subo e desço do sofá a todo instante e me divirto muito. Porém a maioria dos meus dias passo dormindo, de preferência deitada junto aos meus donos; quando digo junto, quero dizer colada mesmo, para ter certeza de que eles não vão sair sem que eu perceba.

Tive uma longa jornada, cresci e amadureci muito nesses meus treze anos de vida, assim como meus donos que deixaram de ser crianças e se tornaram adultos. Sei que eles vão sentir a minha falta quando eu me for, mas eu sempre vou estar por perto para poder lhes lamber o rosto ou enfiar meu focinho sobre suas mãos para receber um carinho, mesmo que eles não percebam exatamente, no fundo do coração eles vão sentir que eu estou aqui e que nunca vou me esquecer deles."


Acabei de ler "Marley & Eu" do escritor John Grogan, um livro maravilhoso e que recomendo a todas as pessoas que são humanas, que sentem amor pelos animais, com certeza vão se identificar muito com o livro, o amor incondicional que eles nos ensinam a ter. Eu já vi o filme duas vezes, e assim como no filme, ao ler o livro eu ri muito e também chorei muito, principalmente ao pensar na minha fiel companheira de cada dia e que foi a minha inspiração para o post de hoje. Espero que apreciem pois foi feito do fundo do meu coração.


Beijos, deia.

Um comentário:

  1. Cara, eu nem tenho mais os meus companheiros, mas só de lembrar e se sentir o amor que eu sinto pelos animais, posso dizer que teu post me fez chorar, mesmo. Tô me acabando em lágrimas!
    Amei gata, ficou muito lindo!
    Beijoes.

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